terça-feira, 26 de julho de 2011

Uma nova mãe para os órfãos de Amy Winehouse, apresento-lhes Sharon Jones



Esse nome Sharon Jones não se trata de uma novidade tão recente assim. A cantora está na ativa desde a metade dos anos 90, mas despontou para o grande público nos últimos 5 cinco quando o Dap-Kings, a banda que a acompanha nas apresentações, foi convidada por Mark Roson para tocar nas gravações do álbum Back To  Black, isso lá em 2005. Essa parceria da banda com o produtor inglês e Amy Winehouse abriu as portas do grande mercado que ressurgia após muitos anos inativo com o sucesso estrondoso do segundo álbum de Amy.

Quem comprava o disco de Amy naquele boom que foi a carreira da moça em 2006, queria saber quem era  aquela banda que tocava no cd, e por uma feliz consequência acabava esbarando no trabalho primoroso e amadurecido de Sharon em parceria com os músicos.

O que mais chama a atenção na biografia de Sharon é que ela tentou desde jovem seguir a carreira de cantora, vivendo em NY - para onde se mudou ainda bem pequena - não conseguiu contrato com nenhuma gravadora na época e teve que desistir do sonho. A cantora já foi carcereira e guarda de carro forte por anos, até quando participou de uma audição organizada por executivos da uma gravadora francesa  - já extinta no mercado - chamada Pure Records, isso lá em 1996.


O talento daquela mulher de meia-idade chamou a atenção dos auditores que logo trataram de lapidar a pedra bruta que estava em suas mãos. A parceria de Jones com os produtores Gabriel Roth e Philip Lehman (donos da Pure Records) foi produtiva, mas pouco aceita nos grandes meios musicais no começo. Juntos fizeram muitas músicas e lançaram gravadoras de pouca expressão que não vingaram no mercado musical.

Com o fim do selo Desco Records no começo dos anos 2000, a cantora juntou-se à Gabriel Roth no seu novo selo intitulado de Daptone Records, mas faltava uma banda para acompanhá-la. Foi então, que os Dap-Kings foram formados, que por sua vez são originários de outras bandas da época como Soul Providers e Mighty Impirials.


No começo de 2002 como nome de Sharon Jones & The Dap-Kings, eles lançaram o primeiro álbum intitulado de "Dap Dippin", álbum aclamado pela crítica e amado pelos colecionadores e DJs, só que com pouco alcance fora desse circulo de amantes e apreciadores da boa música. Lançaram também Naturaly (2005), 100 Days, 100 Nights (2007) e o mais recente chamado de I Learned the Hard Way de 2010 .

Sharon Jones junto com seus companheiros são para mim os precursores desse movimento de retomada da cultura soul, que não estava morta, mas sim, esquecida nos EUA nos últimos tempos, assim como o talento inquestionável da Amy Winehouse foi para o cenário musical da terra da rainha na sua época de estreia - um antídoto.

No ano passado eles divulgaram um videoclipe para a faixa que dá nome ao mais recente disco lançado. O som deles é muito bom e, lembra as cantoras clássicas do soul e funk americano, mesclando um sofrimento amoroso profundo com um toque urbano moderno, sem deixar deixar a bola cair.

Então assista sem preconceito abaixo:


No mês passado Sharon Jones & The Dap-Kings passaram pelo Brasil e fizeram bonito nas apresentações no Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador. Em entrevista Sharon disse que agora não se arrisca em cantar nenhuma música brasileira, mas em outra ocasião poderia acontecer.

 Será que ela pode ser a mãe do órfãos deixados por Amy Winehouse no último sábado? Para mim com certeza. Cada uma com suas particularidades, mas com algo em comum - o amor pela música.


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