terça-feira, 1 de março de 2011

Pinga Fogo: Impressões sobre Born This Way e o circulo vicioso do pop

  

     Finalmente consegui assistir "Born This Way" da Lady Gaga. Confesso que a principio quando aparece o unicórnio no meio do triângulo roxo neon, pensei: Vixe, lá vem  ela tocar na ferida do nazismo (o triângulo na segunda guerra mundial era usado para identificar os homossexuais nos campos de concentração nazista) Mas não, o triângulo assim como outros símbolos que aparecem ao longo do videoclipe servem só para ilustrar um intenção que convenhamos Lady Gaga adora fazer com as pessoas, aí você pergunta: confundir a cabeça de quem assiste seus clipes?  E eu respondo: não. Ela tem a intenção de instigar, de provocar o pensamento de quem vê. Para que a pessoa pare e pense. Isso é certo?

    Se a acusam de disseminar subliminarmente o satanismo no mundo através de suas músicas, digo que isso é só mais um reflexo do grande circulo vicioso que se tornou a música nas últimas décadas. Circulo vicioso que prende o espectador em algo mascarado de novo. Em outros tempos já existiu uma cantora controversa que luta em favor das minorias como Lady Gaga e também já existiu uma garota com cabelo esquisito que acorda e sai cantando pelas ruas para pedir mais liberdade para si mesma como Ke$ha. O fato é, a música pop está presa num grande looping e não consegue sair. Daí me aparece Lady Gaga, uma mulher que já sabia a necessidade do mercado de ter algo "novo" para consumir em termos de música e estética, então, resolve apostar nisso. Não é que dá certo, mesmo sabendo que as coisas que ela faz são um total ou parcial remake dos anos 80 e afins. La Gaga não se importa em inspirar-se em antigos modelos de estética musical, talvez por isso tantos fãs da Madonna critiquem-na pelo clipe de Alejandro, que segundo eles, é uma mistura mal feita de tudo que a Madonna fez nos áureos tempos, ou seria um protesto de Lady Gaga, para que os fãs vissem que o pop tende a não se renovar e que isso não é bom. Se foi um protesto dela, eu não sei, pois Gaga deixa as suas mensagens numa aura subjetiva muitas vezes.

    O clipe "Born This Way" é isso,é mais simples dentro da concepção de simplicidade  de Lady Gaga. Até porque a mensagem da música é uma só: a aceitação própria. Eu poderia dizer que o foi desnecessário aquela introdução de filme de ficção científica trash anos 80? Poderia, mas se tratando de uma temática como essa e de quem interpreta a música, eu diria que se fez necessário, sim. Born This Way é um misto de subjetividade com megalomania. Decifrem-no ao seu gosto.

Lady Gaga - Born This Way

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